Se você é um profissional autônomo ou mesmo empregado formal, talvez seja interessante mudar sua forma de trabalhar. Claro que esta mudança depende de diversos fatores, mas aqui analisaremos alguns motivos pelos quais talvez seja uma boa ideia deixar de ser autônomo ou mesmo deixar de ser empregado para ser uma empresa, ou melhor, uma Pessoa Jurídica.
Nós já falamos sobre a questão tributária no artigo: Motivo 1 – Você pode pagar menos impostos e sobre a abertura de mercado em Motivo 2 – Você tem liberdade para prestar serviço para quem quiser.
O artigo de hoje trata de um hábito pouco comum entre os brasileiros, que é separar as contas pessoais das profissionais.
Motivo 3 – Permite não misturar suas despesas pessoais e profissionais
Imagine um arquiteto autônomo que tem seu escritório profissional separado de sua casa. Com a sua conta bancária pessoal ele paga tanto a energia elétrica da sua casa quanto do seu escritório. Com o passar do tempo, pode ficar complicado responder a perguntas como “Meu negócio é rentável?” ou “Para onde está indo meu dinheiro?”
Além das vantagens já citadas nos artigos anteriores, o profissional que abre uma Pessoa Jurídica e se disciplina em manter as contas pessoais e profissionais bem separadas, responderá a estas perguntas com muito mais facilidade.
De início, basta abrir uma conta bancária em nome da Pessoa Jurídica, depositar nela todos os honorários profissionais recebidos, usá-la para pagar somente as contas de seu escritório. Mensalmente o profissional pode estipular um valor fixo a ser retirado desta conta e passado para a conta pessoal. Seria o salário do empreendedor ou “pro-labore”. Com a ajuda de um contador, ao final de um determinado período, pode ser identificado se houve sobras (lucros!!!) e o empreendedor decidir o que fazer com ele: Reinvestir na empresa? Sacar para uso pessoal? A decisão é do empreendedor e um contador pode ajudar nesta decisão.
Entretanto, há que se cuidar com um conceito importante chamado “Confusão Patrimonial” que consiste em misturar contas pessoais com contas da empresa. Por exemplo, ao pagar uma conta de casa com a conta bancária da empresa, já aparece um indício de confusão patrimonial. Sacar da conta da empresa mais que o pro-labore ou os lucros, também caracterizam.
A implicação da confusão patrimonial, além de perder o controle financeiro que citamos, pode ser também jurídica, fazendo com que a pessoa física perca a segurança que a pessoa jurídica dá ao seu patrimônio pessoal e que discutiremos num próximo artigo. Mas basta ser disciplinado e prudente que só haverá benefícios.
Há uma frase que não tem um autor identificado, mas é usada por diversos empresários bem sucedidos para ilustrar seus começos de carreira: “Empresa rica, dono pobre.”. Com a disciplina e com o tempo, normalmente esta frase se transforma em empresa rica, dono rico, mas enquanto tiver que optar por um deles, o ideal é a Pessoa Jurídica estar em melhores condições, pois ela é que proverá a Pessoa Física de recursos, e não o inverso.
Manter uma Pessoal Jurídica bem controlada pode ajudar muito neste caminho.
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